24 julho, 2007

Batida da dor.

Ó pulso meu,
não me falhe em momento tão importante.
Não me assuste diante desses dias tão turbulentos.
Não prove que os nervos trepidam
e que a herança me foi dada.
Batida da dor e do amor,
peço que não faça do meu sono um adeus.

12 julho, 2007

Amor racional ou irracional, amor.

"A vida é um contrato de risco. Você pode conviver com milhares de animais de outra espécie e nunca ter problemas, mas, se conviver com um ser humano, por melhor que seja a relação, haverá problemas e decepções. "

Lendo mais um dos meus mil livros listados... me deparo com a seguinte frase que me deixa por alguns instantes intrigada. Estaria o autor sugerindo que se nos desconhecessemos nossas relações seriam melhores? Por alguns minutos quis "não conhecer ninguém" para ver como seria. Mas, depois, com mais um pouco de oxigênio no cérebro pude viajar na frase, literalmente. O famoso escritor dizia muitas coisas em poucas palavras.

Os animaizinhos (subiam de dois em dois...puff) são seres legais não são? Ótimos! Mas a nossa grande ignorância em relação ao mundo deles nos deixa mais confortável em só passar a mão na cabeça do cahorrinhos ou de jogar comida para os peixes no aquário. A falta da linguagem em comum nos distancia e ao mesmo tempo nos aproxima em outra dimensão. Digo, se não entendemos muito sobre as atitudes e sobre o comportamento dos animais nos satisfazemos, geralmente, com a observação e com o carinho gratuito.
Após pensar um pouco sobre esses seres, me debrucei sobre os outros...aqueles ditos "racionais". As relações são bem mais íntimas e existe uma linguajem em comum, aliás, existem mil coisas em comum. Mas com a comunhão de atitudes, de bens, de dívidas e de brigas surgem outras mais de mil coisas sem o menor sentido.
Os seres humanos, ás vezes, parecem flutuar em órbitas distintas. Parecem pertencer a universos totalmente opostos. Muitos já devem ter pensado..."o que me faz gostar dessa pessoa? ela é totalmente diferente de mim!"Mesmo encontrando e admitindo distinções, conseguimos permanecer com o sentimento inexplicável dentro de nós, conseguimos cultivá-lo, conseguimos difundí-lo, por mais frustrados que estejamos.
E, ainda nessa viagem, conclúo, mais uma vez, um pensamento me lembrando da minha amada Universidade Federal, em especial do meu Centro de Artes e Comunicação, tão famigerado. É fácil notar que aqueles muitos metros quadrados se multiplicam com as idéias, com os trajes, com as personalidades e com as atitudes dos indivíduos que ali circulam. Mas, entretanto, é bem difícil explicar como toda essa diversidade convive e habita os mesmos, agora poucos, metros quadrados.
Fácil ou difícil, é possível. É possível observar essa coexistência. E também é possível, assim como no mundo dos bichinhos, observar e se encantar com o carinho que brota entre indivíduos tão distintos.
É, o pai de todos caprichou mesmo no potinho de carinho que jogou nesse pedaço de terra, o amor me encanta o tempo todo, seja no mundo animal ou no "racional".

05 julho, 2007

"A senhora está com algum problema?"

Estava eu voltando da minha aula na Federal...mais ou menos às nove horas da noite dessa segunda-feira, dia 2, quando três guardas daquela polícia que não faz nada e fica só dando voltas perdidas de motocicleta, na contra mão, é claro, e chamando muita atenção...passam voando no sentido contrário da pista na frente do Centro de Artes e Comunicação, na frente do meu carro. Eu que fazia a curva entre o CFCH e o CAC, estava a menos de 20 km/h (de fato fazendo uma curva), freei para não encostar meu carrinho lindo naquelas motos feias.

Dois dos guardas passaram e um parou a moto na frente do meu carro e desceu. Fiquei logo assustada em pensar que aquele ser enorme poderia me atacar e me seqüestrar juntamente com a minha coleguinha indefesa. Qual não foi a minha surpresa ao escutar o moço pedir que eu abaixasse o vidro e que lhe desse a minha habilitação, provavelmente para ele ver se eu estava bem na foto porque que me conste esses policiais de segurança não podem lhe multar ou fazer qualquer intervenção no seu veículo, pois não tem nenhuma autoridade sobre o trânsito.

Ele não só me pediu a carteira de motorista como me fez um questionário inútil “A senhora está com algum problema?” (risos) e eu lógico que respondi com meu tom mais agressivo “Estou com medo, quero ir pra casa. Só isso”.E ele ainda me deu uma super aula cheia de equívocos me dizendo que aquela era uma via local,(sérioo??) que era de mão dupla (mentiiiiroso safado...vou provocar acidentes andando na contra-mão ali) e que eu deveria ter problemas de visão para não ter visto as motos...é..ele é que tem problemas ou estava no cio, porque tanto eu vi as motos que freei, caso contrário teria batido. Ai que ódio eu tive daquele marginal tarado e pedófilo.

Por acaso algum policial que se preste se acocora ao lado do seu carro pra lhe pedir a habilitação?? Ahhh faça-me o favor...ele tava afim era de ver as “minhas habilidades”.(foi o que disse a minha amiga indefesa) (risos).

01 julho, 2007

Cena 3

Entrar no colégio lhe deu segurança
Foi lá onde começou a firmar as amizades
A menina se perdia no universo escolar
Não sabia ela que seria uma questão de fé

Aprendeu a ler, a escrever, a poetizar
Fez boneco de argila e desenho com tinta guache
Pisou onde já lia “proibido pisar na grama”
E levou bronca de tia, muita bronca

Aprendeu a cantar e a “gesticular as músicas”
Acostumou-se a entrar na fila,
Mas se aprimorou na arte de furá-la
Fazia de tudo pra sentar na frente,
Mas não via graça nisso

Tudo acontecia do meio pro fim da pequena sala
As tias só perguntavam e só olhavam pro fundão
As meninas sentavam na frente, os meninos nem sentavam
E a pequena não se sentia menina nesse caso